“Então, eu viro a cabeça, leio algumas poucas palavras, sinto um mal-estar invadindo minha cabeça oca, e fantasio como seria se eu estivesse na terra dos sonhos...”

A fina camada de insanidade que conforta o tédio do dia-a-dia é minha salvação, Minha gota de alegria... Olhares atento ao relógio, esperando que o sufoco da manhã, e a chatice da tarde, sejam ofuscados pelo brilho intenso da loucura, loucura essa que invade meus neurônios, (poucos confesso), e que faz com que uma simples caminhada, se torne uma alucinante viagem ao tempo da lantejoula, do brilho nos sapatos, e das cores inconfundíveis do mundo da liberdade...
É como experimentar um gole de água da fonte da insensatez. Ele entra pela sua boca, passa pela garganta, e faz você viajar dentro de si mesmo. Os pensamentos voam e as dúvidas surgem: Por que disso, por que daquilo, o que acontece agora...

(...) Sabe, dentro desse mar de hesitação, eu me afogo, vou lá embaixo, e toco o fundo negro que me assombra. Deitado sobre aquela película esbranquiçada, eu faço uma breve reflexão sobre a minha vida... Tenho tanta raivam em alguns momentos, me sinto tão mal por isso, é como se eu fosse alguém inaudível, na boa...

Mas sabe, pode ser melhor assim, ser alguém que ninguém ouve, já que o que falo, por muitas vezes é ignorado, minha inteligência é subestimada, minha capacidade de raciocínio é lenta... Talvez eu seja uma pessoa que nem me orgulharia de ser, talvez eu seja só mais um orador de merda, que fala por falar, sabendo que nunca vai ser ouvido!