quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

A vida em preto e branco

Minhas mãos tremem neste momento, não sei porque, talvez por conta da fome, ou talvez por conta dos inúmeros cigarros que venho fumando nestes últimos dias.

Mas a eterna questão é: devo agir com meu coração confuso, ou com minha razão?

Nunca acreditei no meu coração, sempre achei ele malvado e teimoso, na verdade, eu achava. E minha razão? O que dizer dela, sempre achei que eu tinha razão em (quase) tudo.

O que fazer agora?

Há algum tempo, venho sentindo o mesmo frio gelado na espinha, a mesma dor no lado esquerdo do peito. Mas sigo em frente, como um bom garoto crescido eu sigo.

No decorrer da minha existência, passei por muitos momentos de transição, e me parece agora que este é um dos piores. Fiz tantos planos, mas realmente sinto como se eu tivesse erguido um castelo de cartas, no qual veio a pequena brisa leve do destino, e derrubou boa parte no chão imundo das dúvidas e incertezas...

Por um momento, não tive vontade de comer, em seguida, não tive vontade de escrever, logo, não tinha vontade de fazer quase mais nada, não tinha a mesma graça acordar de manhã, e saber que meu dia seria igual o dia anterior, queria fugir, mas minhas responsabilidades de cidadão comum não permitiram, tive uma chance, uma pequena fuga, dois dias. Não seria suficiente para “clarear” minhas idéias, o que fiz então, deitei, e então apaguei, ao menos meus sonhos são mais tranqüilos... Balela, meus sonhos estão cada vez mais chatos, de um modo geral, são os mesmos, todas as noites, só mudam os personagens e as ocasiões, mas o contexto, é sempre o mesmo.

Me perguntava como “esse troço” age nas pessoas, detestava, tinha repúdio ao “amor”, tinha raiva de quem amava, para mim, era a eterna conspiração capitalista...
Mas, descobri que tudo isso que eu sentia, viria a ser inveja, por nunca ter sentido, agora vejo que sinto, e sinto como dói.

Deve ser a força da época que me atrai para baixo... Maldito final de ano, com toda sua falsidade estudada.

Todos são livres para pensar no que melhor convém, penso eu, como um grande babaca sentimental, que este é o pior final de ano que tive, até hoje confesso.

Não sei o que esse novo ano me reserva, se ao menos essa dor que me consome parar, ficaria muito grato.

Bom, não disse nem metade do que gostaria, fica para outra hora, Gostaria de desejar a todos um bom começo de ano novo, que todo os blá blá blás de sempre sejam realizados...

Carinho meu

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008